Libertadores: sorteio das oitavas, calendário e chaves
Flamengo e Internacional vão se enfrentar já nas oitavas — e a decisão será no Beira-Rio. O sorteio que mexe com meio continente saiu nesta segunda, em Luque, na sede da CONMEBOL, e colocou frente a frente dois gigantes brasileiros logo no primeiro mata-mata da Copa Libertadores.
A cerimônia, realizada ao meio-dia (horário do Paraguai) e exibida pelos detentores de direitos, confirmou o domínio brasileiro na fase: seis clubes avançaram — Palmeiras, São Paulo, Internacional, Botafogo, Flamengo e Fortaleza. O Bahia parou na fase de grupos. A América do Sul completa o grid com Argentina (River Plate, Estudiantes, Racing e Vélez Sarsfield), Paraguai (Libertad e Cerro Porteño), Peru (Universitario), Equador (LDU), Colômbia (Atlético Nacional) e Uruguai (Peñarol).
Entre os confrontos já conhecidos, além de Flamengo x Inter, o sorteio produziu encontros com cheiro de história e viagem longa. O São Paulo enfrenta o Atlético Nacional, o Fortaleza pega o Vélez Sarsfield, o Palmeiras encara o Universitario, o River Plate mede forças com o Libertad e o Estudiantes joga contra o Cerro Porteño. O chaveamento completo permite que cada clube trace rota, logística e prioridades até a final.
O formato segue a cartilha da CONMEBOL: líderes de grupo enfrentam segundos colocados e têm o mando da volta. Não há gol qualificado. Empate no agregado após 180 minutos leva a disputa para pênaltis nas fases de mata-mata. A final, jogo único, admite prorrogação antes das penalidades.
O calendário foi montado para não colidir com o Mundial de Clubes da FIFA. As idas das oitavas estão marcadas para 12 a 14 de agosto, e as voltas, de 19 a 21 de agosto. As demais datas saem na sequência, em ajuste fino com campeonatos nacionais e Copas domésticas. A decisão será em 29 de novembro, em Lima, com estádio a definir entre o Monumental U e o Nacional.
O clássico brasileiro merece um parêntese: Flamengo e Inter já se cruzaram em 2019, nas quartas, com o time carioca levando a melhor rumo ao título. Agora, o Inter decide em casa, cenário que muda a gestão de risco e de energia das duas equipes. Expectativa de casa cheia, operação de segurança reforçada e disputa intensa por ingressos — sobretudo no jogo de volta.
Os cruzamentos internacionais também prometem. Vélez x Fortaleza põe frente a frente estilos distintos e pressiona o time cearense em termos de logística. São Paulo x Atlético Nacional reabre uma rivalidade que já produziu noites pesadas de Copa. River x Libertad e Estudiantes x Cerro Porteño recuperam um traço clássico da Libertadores: argentinos contra paraguaios, geralmente com jogos truncados e bola parada decisiva.
Para os brasileiros, a equação é clara: administrar maratona com Brasileirão e Copas, monitorar suspensões e aproveitar a janela do meio do ano para ajustar elenco. A CONMEBOL permite atualizações na lista de inscritos antes do início dos mata-matas, e isso vira ponto-chave para quem perdeu peças por lesão ou transferência.
Contexto histórico ajuda a medir o tamanho da disputa: Palmeiras (tricampeão) e Flamengo (bicampeão recente) carregam casca de mata-mata; São Paulo (tricampeão) tem repertório e camisa pesada; River Plate, múltiplo campeão, é sempre pedreira; Estudiantes e Vélez sabem conviver com pressão de Libertadores; LDU, Peñarol e os paraguaios completam um pelotão acostumado a competir fora de casa.
- Oitavas — jogos de ida: 12 a 14 de agosto
- Oitavas — jogos de volta: 19 a 21 de agosto
- Final em jogo único: 29 de novembro, Lima (estádio a confirmar)
Além do campo, há a camada operacional: viagens longas, estádios cheios e arbitragem com VAR em todas as partidas. A CONMEBOL deve divulgar em breve o detalhamento de datas por confronto, horários e escala de árbitros.
Sul-Americana: menos brasileiros, caminho traçado
No sorteio paralelo da Copa Sul-Americana, o retrato brasileiro é mais enxuto: apenas dois clubes chegaram às oitavas — marca que repete o piso de 2020. Um deles, o Fluminense, avançou direto; os demais brasileiros ficaram pelo caminho nas fases anteriores. O chaveamento também foi fechado até a final, o que ajuda no planejamento de viagens e no desenho de possíveis clássicos regionais nas fases seguintes.
O formato espelha a Libertadores no essencial: líderes de grupo com mando da volta, gol qualificado abolido e pênaltis em caso de igualdade no agregado. As oitavas também acontecem em agosto, logo após o calendário do Mundial da FIFA, mantendo ritmo competitivo sem atropelar as competições nacionais.
Esportivamente, a Sul-Americana costuma misturar projetos em ascensão com clubes tradicionais que buscam retomada. Com menos brasileiros na briga, a disputa deve ganhar traço mais aberto entre argentinos, uruguaios, paraguaios e colombianos, com atenção para confrontos que historicamente se resolvem em detalhes.
Em resumo de cenário: cruzamentos definidos, viagens mapeadas e uma janela de agosto que promete semanas de arquibancadas pulsando. A metade final do ano sul-americano será pautada por decisões em sequência — quem gerenciar melhor elenco, logística e pressão chega vivo a Lima.