Mike Shinoda solta primeiro trecho da nova música solo enquanto Linkin Park encerra legado europeu da turnê

Mike Shinoda solta primeiro trecho da nova música solo enquanto Linkin Park encerra legado europeu da turnê

Na noite de 18 de agosto de 2025, na Festhalle Frankfurt, uma cena inusitada aconteceu entre os bastidores da turnê mais aguardada dos últimos anos: Michael Kenji Shinoda, co-vocalista e compositor principal do Linkin Park, segurava uma tesoura e cortava os cabelos de Joseph Hahn, o turntablist da banda. O momento, gravado por câmeras da equipe Amigo and Company Productions, LLC, não era apenas um gesto simbólico — era um ritual de despedida. A turnê europeia havia acabado. E, enquanto a equipe de 47 pessoas brindava com cerveja alemã, o nome de Chester Charles Bennington foi mencionado em voz baixa, quase como uma oração: "Dave so many times start again". A frase, dita por Emily Armstrong durante um trecho do vídeo World Tour 2025, Part 8, ecoou como um lembrete silencioso de que, mesmo em meio ao caos da nova era, o passado ainda habita cada nota.

Um novo som, ainda que sussurrado

Enquanto os fãs ainda processavam as imagens da festa em Frankfurt, a revista britânica Kerrang! Media Limited publicou um artigo sem data exata, mas com impacto imediato: Shinoda havia compartilhado um trecho inédito de sua primeira música solo desde 2018. Nada de título. Nada de data de lançamento. Apenas 17 segundos de um verso — sintetizadores distorcidos, batidas eletrônicas quase imperceptíveis, e a voz rouca, familiar, mas diferente. "It’s not the silence that kills you — it’s the echo it leaves behind", ele cantou. A análise de James Hickie, editor da Kerrang!, foi direta: "Shinoda’s solo teaser signals a deliberate shift toward electronic experimentation while honoring Linkin Park’s core identity". E isso, na verdade, é o que mais assusta — e emociona.

Isso não é apenas um projeto paralelo. É uma evolução. Um homem de 47 anos, que já escreveu hinos de gerações inteiras sobre dor, culpa e resiliência, agora parece estar buscando algo mais sutil: não o grito, mas o sussurro que vem depois. O mesmo que se ouve nos intervalos entre os refrões de The Emptiness Machine, gravada no Saitama Super Arena em março. O mesmo que paira no ar quando Armstrong canta em dueto com os vocais de Bennington em gravações antigas, ainda presentes nos shows.

A turnê que não esqueceu ninguém

A From Zero World Tour 2025Mexico City começou em 15 de fevereiro, com 127 shows programados em 28 países. Até agosto, já haviam sido realizados 89 apresentações. A venda de ingressos, gerenciada pela Live Nation Entertainment, vendeu 89% das datas norte-americanas em 48 horas — gerando US$ 47,8 milhões apenas nas primeiras vendas. O álbum From Zero (Deluxe Edition), lançado pela Warner Records em 5 de março, já ultrapassou 1,2 milhão de cópias vendidas em todas as plataformas, incluindo versões em vinil por US$ 24,99 e caixas limitadas por US$ 29,99.

Mas o que realmente move os fãs não é o número. É o detalhe. A festa em Jakarta, onde Shinoda e o baixista Phoenix Farrell celebraram seus aniversários (11 de fevereiro e 17 de março, respectivamente) com um jogo de basquete com fãs no Stadion Madya Gelora Bung Karno. O encontro com 200 selecionados em 12 de abril, às 15h UTC+7. A música Up From The Bottom, produzida por Shinoda e mixada por Neal Avron, lançada em 1º de janeiro — um hino de renascimento, quase um testamento.

Quem está realmente no comando?

Shinoda nunca foi apenas o vocalista de apoio. Desde os tempos de Hybrid Theory, ele foi o arquiteto sonoro, o produtor, o poeta silencioso. Com a saída de Bennington em 2017, muitos acreditaram que o Linkin Park terminaria. Em vez disso, ele se reinventou. Armstrong entrou como co-vocalista em 2024, com a missão de não substituir, mas complementar. Brittain, o novo baterista de 40 anos, trouxe precisão cirúrgica. Farrell, com sua base de jazz e hip-hop, trouxe um novo pulso.

E agora, Shinoda está indo além. O trecho solo não é um desvio — é a continuação lógica. Ele já havia explorado sons eletrônicos em Post Traumatic, seu álbum de 2018. Agora, ele mergulha mais fundo. Sem rótulos. Sem pressa. Sem a necessidade de agradar. Isso é o que torna o momento tão poderoso: ele não está tentando provar nada. Ele está apenas sendo.

O que vem depois do fim da Europa?

A turnê ainda tem 38 shows pela frente — todos na América do Sul. O encerramento está marcado para 5 de setembro em São Paulo. Mas o que realmente importa não é o último concerto. É o que acontece depois. Shinoda já confirmou em entrevista ao Rolling Stone Brasil que está gravando um EP solo para lançamento no final de 2025. Não há título. Não há capa. Mas há uma pista: ele mencionou que a música que soltou em agosto é apenas a primeira de cinco faixas.

Enquanto isso, o Linkin Park segue. Ainda com a mesma energia. Ainda com o mesmo peso. Mas agora, com uma nova camada. A banda não está tentando substituir o passado. Está construindo um futuro que o inclui — sem fingir que ele não existiu. E talvez, só talvez, seja isso que os fãs mais precisam: não um substituto, mas um legado vivo.

Frequently Asked Questions

O que significa o trecho de música solo de Mike Shinoda para os fãs do Linkin Park?

O trecho revelado por Shinoda não é um desvio, mas uma evolução natural da identidade sonora do Linkin Park. Ele mantém elementos eletrônicos e emocionais da banda, mas explora texturas mais sutis e introspectivas. Fãs que cresceram com Hybrid Theory ou Meteora percebem a mesma dor, mas agora em um tom mais baixo — como um sussurro em vez de um grito. Isso representa maturidade, não abandono.

Por que a menção a Chester Bennington ainda é tão poderosa nos shows?

As referências a Chester — como o comentário de Emily Armstrong sobre "Dave pictures" — não são nostalgia, mas homenagem viva. A banda nunca tentou apagar o passado. Em vez disso, integra suas memórias nas apresentações, usando gravações antigas e frases que ele costumava dizer. Isso transforma os shows em rituais coletivos de luto e celebração, permitindo que os fãs sintam que ele ainda está presente, não como um fantasma, mas como parte da alma da música.

Como a nova formação do Linkin Park está sendo recebida pelos críticos?

Críticos como a Kerrang! e o NME elogiaram a nova formação por não tentar imitar Bennington, mas por criar um novo diálogo musical. Emily Armstrong foi elogiada por sua versatilidade entre gritos e melodias suaves, enquanto Colin Brittain trouxe um ritmo mais dinâmico. A crítica mais comum é que o som ainda é muito ligado ao passado — mas isso, na verdade, é intencional: a banda quer que o novo soe como uma continuação, não como um reinício.

Quais são as próximas etapas da turnê e do projeto solo de Shinoda?

A turnê segue até 5 de setembro em São Paulo, com shows ainda não vendidos em Buenos Aires, Santiago e Rio de Janeiro. Já o EP solo de Shinoda, confirmado em entrevista, deve ser lançado entre outubro e novembro de 2025, com cinco faixas. Ele já mencionou que trabalha com produtores de eletrônica independente de Berlim e Tóquio, sugerindo uma sonoridade mais global. Não há previsão de álbum completo, mas o EP será o primeiro passo de um novo capítulo.