Racing Club chega às semifinais e destaca renascimento argentino na Copa Libertadores 2025

Racing Club chega às semifinais e destaca renascimento argentino na Copa Libertadores 2025

Quando a fase das quartas de final da Copa Libertadores 2025 começou, o cenário já deixava um gostinho de esperança para o futebol argentino. Quatro equipes da Argentina – Racing Club, River Plate, Estudiantes de La Plata e Vélez Sarsfield – estavam vivas no torneio, um número que não se via há alguns anos. Mas o que aconteceu nos duelos decisivos mostrou que a balança ainda pende para os gigantes tradicionais, enquanto os demais precisam repensar suas estratégias.

Racing Club abre caminho e rompe um hiato de 28 anos

O Racing Club foi o verdadeiro protagonista. Sob o comando do técnico Gustavo Costas, o time entrou no confronto contra o próprio Vélez Sarsfield com um plano bem definido: pressionar alto, manter a bola e aproveitar as oportunidades. No primeiro jogo, no Cilindro de Avellaneda, o Racing segurou o placar de 1 a 0 com um gol de cabeça nos minutos finais. O segundo duelo, em São Paulo, garantiu a vaga com mais um ponto de vantagem, fechando o agregado em 2 a 0.

Essa vitória tem um peso histórico enorme. O clube não aparecia em uma semifinal da Libertadores desde 1997, ou seja, quase três décadas sem chegar tão longe. Além disso, o sucesso vem na sequência da conquista da Copa Sudamericana em 2024, mostrando que o Racing está entrando numa fase dourada de competições internacionais. Os torcedores, que ainda lembram dos títulos da década de 60, comemoram cada passo como se fosse o primeiro.

A disciplina tática de Costas ficou evidente nos dois jogos. O time manteve a forma defensiva, limitando as investidas do Vélez, e soube explorar os contra-ataques, algo que tem sido marca registrada nas últimas temporadas. O volante Rodrigo González, que comandou o meio-campo, foi eleito o melhor em campo na partida de volta, reforçando a ideia de que o Racing tem peças-chave em boa fase.

River, Estudiantes e Vélez: eliminação precoce e lições duras

River, Estudiantes e Vélez: eliminação precoce e lições duras

Enquanto o Racing escrevia história, o River Plate viu seu sonho ser interrompido pelo Palmeiras, um dos gigantes brasileiros. O confronto foi intenso, mas a equipe de Marcelo Gallardo não conseguiu neutralizar a velocidade e a organização tática do adversário. Dois gols de Raphael Veiga e um contra de Julián Álvarez selaram a eliminação do clube mais laureado da história da Libertadores.

Estudiantes de La Plata também caiu nas quartas, enfrentando o mesmo Palmeiras em um duelo que ocorreu em São Paulo. A equipe de Eduardo Domínguez mostrou resistência, mas faltou o poder de fogo necessário nos momentos decisivos. O empate em 1 a 1 no primeiro jogo, seguido por uma derrota por 2 a 0 na partida de volta, culminou em mais um adeus precoce para o clube que já levantou a taça em 1968.

Já o Vélez Sarsfield, apesar de chegar até as quartas, não conseguiu superar o compatriota Racing. O time de Gabriel Heinze começou bem, mas a pressão argentina acabou sendo demais. A defesa sofreu dois gols, ambos fruto de cruzamentos precisos e falhas de marcação. O desgaste físico, somado à digna postura do Racing, acabou por selar a partida.

Essas eliminações mostram que, embora a Argentina ainda tenha forças, a competição está cada vez mais equilibrada. O nível técnico das equipes brasileiras e, sobretudo, a organização tática dos clubes sul-americanos, elevam o padrão exigido para avançar nas fases finais.

Com a vaga garantida, o Racing agora se prepara para enfrentar um adversário ainda desconhecido nas semifinais, que serão disputadas entre 21 e 29 de outubro. A final, marcada para 29 de novembro em Lima, promete ser um espetáculo de alto nível, onde o clube argentino busca confirmar que o renascimento está realmente em curso.

Para os demais clubes argentinos, a lição fica clara: a Libertadores não perdoa deslizes. O caminho para o título requer investimento em elenco, planejamento tático detalhado e, sobretudo, consistência ao longo de todas as fases. O futuro do futebol argentino ainda tem muita graça, mas a batalha continua acirrada.